Estudante de Direito suspeito de obrigar namorada a abortar com a ajuda da mãe é transferido
De acordo com a Polícia Civil de Eldorado (MS), o amigo do estudante mudou a primeira versão e agora sustenta que também foi mantido em cárcere privado.
O estudante de Direito, de 17 anos, que segundo a polícia, obrigou a namorada a abortar, em Eldorado, no sul do estado, foi transferido nesta terça-feira (9) para a Unidade Educacional de Internação (UNEI) de Ponta Porã. Ele e as outras duas pessoas presas negam o crime.
O jovem, a mãe dele, e um homem de 31 anos passaram por audiência de custódia. O juiz homologou o flagrante e abriu prazo para a defesa se manifestar. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Pablo Reis, durante a audiência o homem, que é amigo do estudante, mudou a primeira versão que deu à polícia.
"Ele agora está dizendo que também foi mantido em cárcere privado, que foi obrigado a ficar no quarto pelo amigo e a mãe dele e impedido de sair", explicou o delegado.
Entenda o caso
De acordo com a polícia, a jovem, de 19 anos, descobriu que estava grávida na quinta-feira (4). Ela contou para o namorado que trabalha em um farmácia e é estudante de Direito. Ele marcou uma conversa com a vítima na sexta-feira (5), na casa onde mora com a mãe.
"Quando a menina chegou na casa do namorado, estava ele, a mãe, que é cabeleireira aqui em Eldorado e um amigo deles que também trabalha na farmácia. Eles a trancaram em um quarto e disseram que a adolescente precisava abortar porque ela não ia ter condições de cuidar a criança, mas a jovem se negou a fazer o aborto, foi então que começou as ameças e a violência", explicou o delegado.
Segundo ele, os três obrigaram a estudante a tomar quatro comprimidos de um remédio abortivo comprado no Paraguai. Ela ingeriu a medicação forçadamente achando que seria liberada, o que não ocorreu.
"Alegando que era necessário finalizar o 'serviço' os autores arrancaram a roupa da menina a força, a agrediram e introduziram mais remédios na vagina dela. A irmã da vítima desconfiou do encontro, foi ao local e encontrou a vítima chorando e desesperada. Os autores saíram do quarto sem dar muitas explicações e a polícia foi acionada", completou o delegado.
O namorado, o amigo e a sogra da vítima foram apreendidos e presos em flagrante, respectivamente. Todos foram autuados por aborto consumado, tortura, cárcere e privado, no caso dos maiores, foi adicionado ainda o crime de corrupção de menores.
Em depoimento, todos negaram os crimes e disseram que a estudante fez o aborto por vontade própria e que estavam no quarto apenas para orienta-la. Alegação que já foi refutada pela polícia.
Ainda na sexta-feira a estudante perdeu o feto de 3 meses quando estava sendo atendida às pressas no Hospital de Eldorado.
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