Vício em sexo - Como identificar?
Data de Publicação: 29 de julho de 2020 13:12:00
Mas afinal, como identificar se o vício existe?
Em algum momento da sua vida você já deve ter ouvido a expressão vício em sexo. porém muitas pessoas entendem errado. Alguns acham que gostar muito de sexo pode ser considerado um vício devido a pensar muito ou ter uma frequência que “consideram alta”. Mas afinal, como identificar se o vício existe? Para entender as diferenças, primeiro precisamos nos ater a dois conceitos básicos: Normal/ anormal.
No meu instagram @sexologiabh diariamente recebo perguntas de pessoas comuns que acreditam estar com vício em sexo. Alguns inclusive se vangloriam afirmando que pensam em sexo o tempo todo e que se:não dependesse do parceiro faria várias vezes ao dia.
O outro lado da moeda é de pessoas que sentem vontade de fazer sexo muitas vezes ao dia, em situações desfavoráveis e inadequadas. Porém, ao invés de ser algo bom, essas pessoas sofrem, não conseguem controlar esses impulsos e consequentemente se expõe a comportamentos de risco
Para avaliar o que é normal do que é patológico, nos baseamos em pesquisas de comportamento sexual. O “normal” neste caso, é um comportamento praticado pela maioria dos indivíduos que compõem um grupo social; ou seja um “limiar quantitativo identificável por métodos objetivos de medida” . Se a atividade sexual da pessoa foge dos padrões culturais que definem a normalidade, pode- se considerar que indivíduo apresenta um comportamento patológico. É importante entender que o “sexo normal é aquele que satisfaz plenamente a pessoa. No caso de comportamentos que geram sofrimento a si mesmo, foge ao controle pessoal, podemos considerar algo insatisfatório.
De acordo com uma pesquisa recente realizada na Suécia, esse distúrbio afeta 3% da população global. Porém esse tipo de condição não está listado no DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,. Antes foi listado como um “transtorno Sexual, Sem Outra Especificação, com a definição "angústia sobre um padrão de relações sexuais repetidas envolvendo uma sucessão de amantes que são experimentados pelo indivíduo apenas como coisas a serem usadas".
É importante diferenciar que dentre a variabilidade de comportamentos sexuais, existem pessoas que escolhem ter vários parceiros e isto não é um problema. Para diferenciar hipersexualidade de um comportamento sexual expressivo com parceiros variados, fique atento as essas características:
- Ter fantasias sexuais recorrentes e intensas, impulsos e / ou comportamentos;
- Os comportamentos consistentemente interferem com outras atividades e obrigações;
- Comportamentos ocorrem em resposta a estados de humor disfóricos (ansiedade, depressão, tédio, irritabilidade) ou eventos de vida estressantes;
- Envolver-se em esforços consistentes mas malsucedidos para controlar ou reduzir fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais;
- Envolver-se em comportamentos sexuais, ignorando o potencial de dano físico ou emocional para si ou para os outros.
- A frequência ou intensidade de fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam sofrimento ou deficiência significativa.
Se você observou algumas dessas características nos últimos seis meses, é importante procurar ajuda profissional. Em casos mais graves, o tratamento pode envolver psicoterapia associada a medicamentos para controle de impulsos. O importante de tudo é saber o que está acontecendo num momento atual da sua vida e ter a oportunidade de questionar se aquilo está funcional ou não. Afinal, todos nós precisamos de estar seguros com o nosso comportamento, a forma como nos relacionamos e expressamos nosso comportamento para o mundo. Dessa forma, podemos encontrar o “nosso ponto de equilíbrio”.
(Por Bruna Coelho - Colunista)
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